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Blogue RBE

Qui | 11.02.21

Para todos os tamanhos! Quando a morte nos entra em casa: proposta pedagógica com recurso a livros - álbum

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Photo by Ed Leszczynskl on Unsplash

A morte é um mistério. Ninguém parece pensar na morte com naturalidade, o que distingue  do nascimento,  fenómeno natural tão igualmente misterioso mas que nos levanta menos inquietações. Na cultura ocidental, os adultos tendem a afastar os mais novos da vivência destas experiências e da partilha de emoções com ela relacionadas, numa tentativa de preservação de sentimentos de dor e sofrimento, esquecendo-se que morrer faz parte da existência.
 
De repente, vimos a nossa vida comum ser regulada por um boletim epidemiológico que apresenta, entre outras notícias preocupantes, recordes de número de mortes a cada dia. Esta realidade traduziu-se sempre em pessoas de carne e osso que eram avós, pais, filhos de alguém mas que, durante os primeiros tempos da pandemia, nos pareciam longínquos e pontuais. Já não. Neste momento todos fazemos parte de, ou conhecemos, famílias assoladas por esta tragédia sanitária. E isso também é válido para as crianças e jovens com quem estamos no outro lado do écran.
 
Perceber que todos morreremos um dia, entender que a morte, assim como a vida, não é percecionada por todos da mesma maneira e compreender melhor (através da consciência da nossa finitude) o valor da vida, aceitando os limites por ela impostos, faz parte do crescimento.
 
Ao abordar este assunto com crianças e jovens, abrindo caminhos de diálogo, de desmistificação e de partilha, permite-se experienciar situações de tristeza e confrontar-se com sentimentos menos positivos, já vividas na pele ou, para quem teve a sorte de ser poupado a uma perda significativa, a possibilidade de desenvolver empatia e solidariedade com os colegas que estão a viver situações mais dolorosas. 
 
Apesar de estar na ordem do dia, este não é um tema obrigatório. No entanto, não deve ser proibido. O docente atento encontrará formas de perceber se é ou não relevante falar sobre o assunto no momento. 
 
A leitura mediada de livros álbum é uma ótima oportunidade para criar condições para que, num ambiente tranquilo e confortável, adultos e crianças possam falar sobre a morte e a perda. As seguintes sugestões têm como intenção criar um espaço de diálogo sobre o tema. São álbuns que, pelas suas características textuais e gráficas, podem ser utilizados com alunos de diferentes faixas etárias. Apresentamo-los como auxiliares para criar um espaço/ tempo seguro para pensar em conjunto e partilhar ideias e emoções.
 
 
A cadeira que queria ser sofá, de Clovis Levi e Ana Biscaia, Clube de Memórias

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«Este livro contém 3 histórias, com uma delicada abordagem sobre a morte. Um excelente apoio para adultos que se defrontam com dificuldades para explicar às crianças o  desaparecimento definitivo de um ente  querido.» (resenha da editora)

 
Jack e a Morte, de Tim Bowley e Natalie Pudalov, OQO
 

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«Jack encontra-se com a Morte e, ao intuir que ela lhe vai levar a sua mãe, que está doente, engendra um plano para se livrar dela. Com incrível astúcia, Jack é capaz de encurralar a sinistra personagem num frasco; mas as consequências do ato são imprevisíveis – já nada pode morrer – e o que parecia, inicialmente, um motivo de alegria – a mãe recupera de súbito da sua grave doença – acaba por se transformar num caos.» (resenha da editora)

 
Para onde vamos quando desaparecemos?, de Isabel Minhós Martins e Madalena Matoso, Planeta Tangerina
 

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«À parte algumas exceções, ninguém consegue responder com certeza absoluta à pergunta que dá título a este livro.

“Para onde vamos quando desaparecemos?” aproveita a ausência de respostas “preto no branco” para lançar novas hipóteses – mais coloridas e poéticas, mais sérias ou disparatadas, conforme o caso… – e assim iluminar um tema inevitavelmente sombrio.» (resenha da editora)

 

O coração e a garrafa, de Oliver Jeffers, Orfeu Negro
 

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«O Coração e a Garrafa fala-nos de uma menina fascinada com o mundo à sua volta. Até que um dia algo aconteceu que a fez pegar no seu coração e guardá-lo num sítio seguro. Pelo menos durante algum tempo… Só que, a partir daí, nada parecia fazer sentido. Saberia ela quando e como recuperar o seu coração?

Com esta história comovente, Oliver Jeffers explora os temas difíceis do amor e da perda, devolvendo-nos, de maneira notável, um sopro de alento e de vida.» (resenha da editora)

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